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domingo, 16 de janeiro de 2011

Navalha de Occam

De volta após um tour de mais ou menos 4000 Km de carro e algumas dezenas de litros de cerveja e festas. Uns bons momentos, outros nem tanto.
Mas não foram as férias "dos sonhos". Acho que nunca serão...
Thank God. Seria duríssimo conviver com o fato de que "aquelas" (no passado) foram as melhores férias da sua vida. É sempre bom olhar à frente e querer topar com algo melhor.
Btw, não encontrei meu Aleph. Mas também a viagem não foi nenhuma Transiberiana... Era de se esperar.

Mas passei a considerar como seriam as próximas, nos próximos dez anos. Em dez anos meus filhos serão independentes, terão a própria vida dura com que lidar, quase sozinhos. Cheguei então à conclusão de que após esse tempo uma inversão faz-se necessária. Ao invés de passar o ano trabalhando pensando nas férias, deveria eu passar o ano de férias pensando em como trabalhar uma vez por ano. Estou disposto a ouvir qualquer tipo de ideia. Um brainstorming seria útil e poderia trazer a solução para essa instigante questão pessoal.
Então conto com a ajuda do amigo "teleitor" (como diria o Millôr).
Começo aqui com algumas possibilidades:
1 - Fazer faculdade de Física, Mestrado nos US, Doutorado na Inglaterra.
    1.1 - Resolver os gaps do modelo padrão e do big bang e chegar à Teoria Final através de descobertas estarrecedoras na Física de Partículas;
    1.2 - Ganhar o Nobel de Física em 2022 e viver de palestras muito bem pagas, uma por mês e c'est fini.
2 - Virar político.
3 - Escrever um best-seller, comprar uma casa em Saint Martin, nos Pirineus, vender mais de 100 milhões de livros ao redor do mundo falando de como fazer ventar e chover, de meu mestre misterioso, de minha conversão ao cristianismo (pela paúra do acerto de contas com o "Jurabé", a quem vendi a alma num acordo selado após decepar a cabeça de uma cabra).
4 - Virar político ou roubar um banco.
5 - Cortar minha orelha após discutir com Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown.
    5.1 - Pintar um autorretrato com tendências impressionistas, aspirações modernistas e um discurso concretista;
    5.2 - Expor no MOMA juntamente com mais quinze desenhos inspirados na "obra" de Warhol;
    5.3 - Morrer de inveja do imbatível figurino do Brown fantasiado de urso polar... em Salvador, 40 graus.
6 - Virar político, roubar um banco ou ser amigo da Lula.
7 - Criar uma nova traquitana social na Internet.
8 - Virar político, roubar um banco ou ser amigo da Lula, filho da Erenice ou parente do Sarney.
...
...
...
Há um número razoável de possibilidades.
Adotando então o famoso príncípio da Parcimônia de Ockham, descarto as opções #2, #4, #6 e #8, pelo alto grau de complexidade. Roubar a Lula, virar um Banco ou ser amigo, filho ou parente de Político é tarefa titânica.
Continuando, considero não menos complexas as opções #3, #5 e #7. Acho que já estou cético e ateu demais, louco, embusteiro e gay de menos, e velho e ranzinza em demasia pra me embrenhar por aqueles caminhos.

É... Melhor eu começar a estudar Mecânica Quântica. Afinal, o que é um quark para as falcatruas da política, misticismo e autojuda, tribalismo e pop art, Facebook, Twitter???
Lépton (responderia Tião).

Moleza... Falo contigo daqui a uns onze anos, na entrega do Nobel de Física em Oslo.
Agora me deixe pensar em meu discurso de agradecimento...
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"Few people think more than two or three times a year; I have made an international reputation for myself by thinking once or twice a week."
George Bernard Shaw
Irish dramatist and socialist (1856 - 1950)