Nada como um dia após o outro.
Ainda aposto minhas fichas nos homens, bons ou maus. Na ciência que emana deles, sábia, ou nem tanto, às vezes.
A vida é como o sertão, de Guimarães. “Sertão. O senhor sabe: sertão é onde manda quem é forte, com as astúcias. Deus mesmo, quando vier, que venha armado! E bala é um pedacinhozinho de metal...”[1].
Seguimos...
"O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem." [1]
A uns obrigado! A outros... boa sorte.
"Viver é negócio muito perigoso." [1]
____________________
[1] Guimarães Rosa - Grande Sertão: Veredas
Elucubrações de um caminhante mineiro em terras desconhecidas (e conhecidas também). Cai dentro e descobre...
sexta-feira, 29 de abril de 2011
domingo, 24 de abril de 2011
Estrada Definitiva
Um dia escreverei um livro... com esse título (posso sonhar).
O final será mais ou menos assim...
E definitiva era a estrada, como derradeiras as curvas e pedras do caminho.
Numa encontrei meu passado, encoberto de poeira vermelha numa espécie de traje das memórias e lembranças do tempo. Elas vestiam a roupa do Vale, vermelha, de terra escardida do cerrado.
Ali jazia minha alma jovem, pra sempre enterrada no amor pelas montanhas de Minas.
Viva Tião fidumaegua!!! Gritou-me uma voz do passado.
Voltei-me e o vi passar estalando em risos.
De repente a voz de meu pai... era ele, era eu, um espelho.
Pai!!! Gritou-me uma voz do presente.
Era meu filho... era eu, era meu pai. Espelhos.
Segui viagem.
Fui andando o caminho... definitiva a estrada.
O ronco do motor do caminhão ainda soava ao longe, como também a música do Tusta "... cortando esta reta comprida eu mato saudade de beira de estrada..."
Ouvi uma voz do futuro.
Respondi sem voltar-me para trás - como fizera meu avô tantos anos antes :
"- Quem vier por último que feche a porteira."
Silêncio.
O ciclo permaneceria... sempre.
O final será mais ou menos assim...
E definitiva era a estrada, como derradeiras as curvas e pedras do caminho.
Numa encontrei meu passado, encoberto de poeira vermelha numa espécie de traje das memórias e lembranças do tempo. Elas vestiam a roupa do Vale, vermelha, de terra escardida do cerrado.
Ali jazia minha alma jovem, pra sempre enterrada no amor pelas montanhas de Minas.
Viva Tião fidumaegua!!! Gritou-me uma voz do passado.
Voltei-me e o vi passar estalando em risos.
De repente a voz de meu pai... era ele, era eu, um espelho.
Pai!!! Gritou-me uma voz do presente.
Era meu filho... era eu, era meu pai. Espelhos.
Segui viagem.
Fui andando o caminho... definitiva a estrada.
O ronco do motor do caminhão ainda soava ao longe, como também a música do Tusta "... cortando esta reta comprida eu mato saudade de beira de estrada..."
Ouvi uma voz do futuro.
Respondi sem voltar-me para trás - como fizera meu avô tantos anos antes :
"- Quem vier por último que feche a porteira."
Silêncio.
O ciclo permaneceria... sempre.
1 ano
1 ano do blog.
Comecei pra registrar minhas elucubrações.
Tomei gosto. Afinal, na lista de minhas frustrações estão a vontade (e inépcia) de ter sido cientista, ou músico (como Toninho).
Poderia também ter sido tenista... mas terminei incapaz até de ser ator de película pornô, que dirá jogar tênis. Mineiro e tímido demais (embora tire a roupa em qualquer lugar sem o menor constrangimento).
Diante de tamanha incompetência, resolvi me aventurar, nem que servisse só pra mim mesmo. Talvez seja o caso. Sei lá.
Então escrevo... e escrevo.
Me dá a sensação de uma obra, e até resgata coisas que ficaram jogadas por ai por muito tempo, misturadas a papéis, fotografias e tralhas em casa(s).
1 ano... parece que foi ontem.
Comecei pra registrar minhas elucubrações.
Tomei gosto. Afinal, na lista de minhas frustrações estão a vontade (e inépcia) de ter sido cientista, ou músico (como Toninho).
Poderia também ter sido tenista... mas terminei incapaz até de ser ator de película pornô, que dirá jogar tênis. Mineiro e tímido demais (embora tire a roupa em qualquer lugar sem o menor constrangimento).
Diante de tamanha incompetência, resolvi me aventurar, nem que servisse só pra mim mesmo. Talvez seja o caso. Sei lá.
Então escrevo... e escrevo.
Me dá a sensação de uma obra, e até resgata coisas que ficaram jogadas por ai por muito tempo, misturadas a papéis, fotografias e tralhas em casa(s).
1 ano... parece que foi ontem.
"Life's a dream, Charlie Brown"
I wrote during one of my nights of insomnia in a hotel room in Fairfax, in 03.23.2009, an article about Charles Schulz's Peanuts. I had bought 2 volumes of 'The Complete Peanuts' (1950 to 1952 and 1971 to 1972) that evening at the Congress Library before to take my way back "home".
At that time, I was not running a blog neither had ever thought about it.
That's interesting now that my most read post is exactly kind of a version in portuguese of that old article, forgotten in my papers and just brought up again by my wife (who is a way far more organized than myself) by chance. The most interesting though is the fact that I wrote the second one (in portuguese) completely unaware about the first that I had left "dropped" somewhere more than 1 year before. Looks like the idea was there since ever.
Since my portuguese one became the most popular (PS popular here means read by dozens of close people, not popular meant to be read by hundreds thousands like J.K. Rowling... unfortunately), I decided to reproduce it here, turning into bytes what my fingers had made up in a small piece of paper with a pen a way back ago.
_____________________________________
Upon my reading - I've just bought 2 books of Charles Schulz's Peanuts Colletion - "here I'm once more" feeling the Charlie Brown's fears and depression through those old strips. From the old 50's up to 1972, it's amazing how "Sparky" has captured the human kind essence so sharply and presented that in kind of elegant and sincere way. Using "Chuck", Snoopy, Marcie, Patty, Shroroeder, Linus, Lucy, Woodstock, Miss Sweetstory and all the others, he built up with indisputable talent a slice of our real life in a very unique perspective.
As Chaplin with Carlitos, each one on his own manner to express deep feelings, he made me feel like a good person. I'm sort of Charlie Brown, sometimes. That "wish-washy" guy falling apart with red-haired girls, fading away within his dreams.
"Que puxa..."
At that time, I was not running a blog neither had ever thought about it.
That's interesting now that my most read post is exactly kind of a version in portuguese of that old article, forgotten in my papers and just brought up again by my wife (who is a way far more organized than myself) by chance. The most interesting though is the fact that I wrote the second one (in portuguese) completely unaware about the first that I had left "dropped" somewhere more than 1 year before. Looks like the idea was there since ever.
Since my portuguese one became the most popular (PS popular here means read by dozens of close people, not popular meant to be read by hundreds thousands like J.K. Rowling... unfortunately), I decided to reproduce it here, turning into bytes what my fingers had made up in a small piece of paper with a pen a way back ago.
_____________________________________
Upon my reading - I've just bought 2 books of Charles Schulz's Peanuts Colletion - "here I'm once more" feeling the Charlie Brown's fears and depression through those old strips. From the old 50's up to 1972, it's amazing how "Sparky" has captured the human kind essence so sharply and presented that in kind of elegant and sincere way. Using "Chuck", Snoopy, Marcie, Patty, Shroroeder, Linus, Lucy, Woodstock, Miss Sweetstory and all the others, he built up with indisputable talent a slice of our real life in a very unique perspective.
As Chaplin with Carlitos, each one on his own manner to express deep feelings, he made me feel like a good person. I'm sort of Charlie Brown, sometimes. That "wish-washy" guy falling apart with red-haired girls, fading away within his dreams.
"Que puxa..."
PAI
Sou iconoclasta. Não me falem de santos, pastores, intelequituais... nem de Lula ou Dilma. Não me curvo ao pastoreio. Não tenho vocação pra ovelha.
A tristeza aqui é crua. Destilada em lágrimas solitárias. O desespero... desolador, horrendo, bruto. O que não podemos alterar é inevitável, só isso.
Mas só desisto morto!!! E sempre será assim, enquanto algum sangue ainda pulsar em minhas veias.
E mergulho de novo em mim mesmo... meu breu, minha dor. Estoico.
Meu pai também é assim. Nunca leu filosofia nem ciência, todavia. É só um homem. Um homem...
O melhor que conheci em toda a minha vida! O cara é um Deus. No único em que acredito.
A tristeza aqui é crua. Destilada em lágrimas solitárias. O desespero... desolador, horrendo, bruto. O que não podemos alterar é inevitável, só isso.
Mas só desisto morto!!! E sempre será assim, enquanto algum sangue ainda pulsar em minhas veias.
E mergulho de novo em mim mesmo... meu breu, minha dor. Estoico.
Meu pai também é assim. Nunca leu filosofia nem ciência, todavia. É só um homem. Um homem...
O melhor que conheci em toda a minha vida! O cara é um Deus. No único em que acredito.
sábado, 23 de abril de 2011
New York - "pictures at an exhibition"
Nova Iorque é o fetiche de todo viajante ou "turista acidental". Famosos, ricos e novos ricos brasileiros estão sempre dizendo isso ou aquilo de Nova Iorque, elevando a cidade assim a uma espécie de Olimpo cosmopolita.
Até Ivete Sangalo trouxe um monte de brasileiros - direto do Brasil - à Nova Iorque para assistir (quase) ao mesmo show que ela faz em qualquer cidadezinha brasileira que se atreva a pagar seu modesto cachê. Acho que só tinha mais plumas e paetês... e famosos, é claro.
Mas em Nova Iorque o show foi no Madison Square Garden. Nome pomposo, suscita a oitava maravilha do mundo na cabeça dos deslumbrados.
Estive lá. 34th com a 7th. Na verdade, a arena fica na 32th com a 7th mas pode ser vista de onde estava naquele dia, esperando um ônibus para voltar à Washington depois de um dia inteiro andando New York, New York.
Já o Madison... bem, tirando o fato de ser enorme e ter servido de ninho para os ovos do Godzilla, não me entusiasmou. Não... pelo menos todas as vezes que tentava imaginar o que teria feito Ivete para instigar a vinda dos brasileiros a Nova Iorque para assistir a seu show.
Ainda prefiro o ninho do Godzilla e Matthew Broderick bancando o Dr. Tatopoulos.
Há muito exagero em tudo o que os outros dizem.
Nova Iorque é legal. Ruas matematicamente esquadrinhadas, lógica perfeita até para o mais estulto dos estultos. Até eu não me perdi por lá. Quase...
E come-se muito bem e barato no Whole Foods da Columbus Circle, by the way.
Da onde esses americanos tiram tanta simplicidade, tanta singeleza? "Porcos capitalistas..."
Porque todos querem se mudar pra Nova Iorque? Ou para os US? "Imperialistas".
Não tenho a menor dúvida de que os maiores críticos do império são exatamente os que não abdicariam da chance de ver um novo show na Broadway, trazer uma muambazinha de Miami (com passaporte diplomático, de preferência), dar uma esquiadazinha em Aspen, tirar uma foto ao lado de um famoso em Los Angeles na frente de uma loja não menos famosa da Rodeo Drive.
(...)
Voltei de Houston uma vez no mesmo voo que nosso Ministro dos Esportes Orlando Silva, do PCdoB. Não me pareceu em viagem oficial (não vinha acompanhado de assessor algum. Se vinha, o coitado foi alojado em seu devido lugar, provavelmente na classe econômica. Afinal, até para os comunistas tem uns mais comuns que os outros). Quanto ao asco do império, não pude notá-lo.
Caso não tivesse as regalias do passaporte diplomático, gostaria é de ver o que trouxera na bagagem.
Mas voltando à Nova Iorque, a cidade é legal. Central Park, Soho, Times Square, Grand Central e o Ambassador Theather onde assisti ao Musical 'Chicago' valeram a pena. Me rendi aos musicais da Broadway. 'Chicago' é fantástico.
Já Claudia Raia... sei não.
Não iria a NYC para um show da Ivete no Madison. Nem ao Rio pra ver a Claudia dançando um musical.
Mas com certeza gastaria meu tempo com prazer em outras amenidades novaiorquinas. Mais musicais da Broadway, os bares de jazz - que nem pude conhecer, diga-se de passagem - os segredos escondidos da cidade, do Central Park.
Depois, antes de ir embora, voltaria a Times Square, mesmo com chuva, até mesmo por ela, para a última foto na Broadway.
No final, estou mesmo mais pra Gene Kelly que pra sangalo e raia.
"Singing in the rain..."
Até Ivete Sangalo trouxe um monte de brasileiros - direto do Brasil - à Nova Iorque para assistir (quase) ao mesmo show que ela faz em qualquer cidadezinha brasileira que se atreva a pagar seu modesto cachê. Acho que só tinha mais plumas e paetês... e famosos, é claro.
Mas em Nova Iorque o show foi no Madison Square Garden. Nome pomposo, suscita a oitava maravilha do mundo na cabeça dos deslumbrados.
Estive lá. 34th com a 7th. Na verdade, a arena fica na 32th com a 7th mas pode ser vista de onde estava naquele dia, esperando um ônibus para voltar à Washington depois de um dia inteiro andando New York, New York.
Já o Madison... bem, tirando o fato de ser enorme e ter servido de ninho para os ovos do Godzilla, não me entusiasmou. Não... pelo menos todas as vezes que tentava imaginar o que teria feito Ivete para instigar a vinda dos brasileiros a Nova Iorque para assistir a seu show.
Ainda prefiro o ninho do Godzilla e Matthew Broderick bancando o Dr. Tatopoulos.
Há muito exagero em tudo o que os outros dizem.
Nova Iorque é legal. Ruas matematicamente esquadrinhadas, lógica perfeita até para o mais estulto dos estultos. Até eu não me perdi por lá. Quase...
E come-se muito bem e barato no Whole Foods da Columbus Circle, by the way.
Da onde esses americanos tiram tanta simplicidade, tanta singeleza? "Porcos capitalistas..."
Porque todos querem se mudar pra Nova Iorque? Ou para os US? "Imperialistas".
Não tenho a menor dúvida de que os maiores críticos do império são exatamente os que não abdicariam da chance de ver um novo show na Broadway, trazer uma muambazinha de Miami (com passaporte diplomático, de preferência), dar uma esquiadazinha em Aspen, tirar uma foto ao lado de um famoso em Los Angeles na frente de uma loja não menos famosa da Rodeo Drive.
(...)
Voltei de Houston uma vez no mesmo voo que nosso Ministro dos Esportes Orlando Silva, do PCdoB. Não me pareceu em viagem oficial (não vinha acompanhado de assessor algum. Se vinha, o coitado foi alojado em seu devido lugar, provavelmente na classe econômica. Afinal, até para os comunistas tem uns mais comuns que os outros). Quanto ao asco do império, não pude notá-lo.
Caso não tivesse as regalias do passaporte diplomático, gostaria é de ver o que trouxera na bagagem.
Mas voltando à Nova Iorque, a cidade é legal. Central Park, Soho, Times Square, Grand Central e o Ambassador Theather onde assisti ao Musical 'Chicago' valeram a pena. Me rendi aos musicais da Broadway. 'Chicago' é fantástico.
Já Claudia Raia... sei não.
Não iria a NYC para um show da Ivete no Madison. Nem ao Rio pra ver a Claudia dançando um musical.
Mas com certeza gastaria meu tempo com prazer em outras amenidades novaiorquinas. Mais musicais da Broadway, os bares de jazz - que nem pude conhecer, diga-se de passagem - os segredos escondidos da cidade, do Central Park.
Depois, antes de ir embora, voltaria a Times Square, mesmo com chuva, até mesmo por ela, para a última foto na Broadway.
No final, estou mesmo mais pra Gene Kelly que pra sangalo e raia.
"Singing in the rain..."
sábado, 9 de abril de 2011
Caixa de Pandora
Tanto fizeram que finalmente conseguiram oficializar o preconceito no Brasil.
A Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Jean Wyllys, Bancada Evangélica, Marta Suplicy e Bolsonaro finalmente tem seu protagonismo garantido. Skinheads, neo-nazistas, nacionalistas, LGBT's, intolerantes em geral também... como side effect. Eles agora tem representação e até espaço na mídia, oficiosamente.
Parece até que todos desataram a tomar um partido.
Melhor seria simplesmente dar-lhes de ombros.
Ao preconceito, preconceituosos: ostracismo. Quem são mesmo Bolsonaro e Preta Gil???
Clístenes, no ano de 510 A.C. decretou em Atenas uma forma de punição política como luta contra a tirania que significava a expulsão política e o exílio por um tempo de 10 anos. O ostracismo foi posto em prática no ano 487 A.C. O quarto político "agraciado" com o ostracismo em Atenas em 485 A.C. ou 482 A.C., não se sabe ao certo, foi Aristides, o Justo. Strategos Aristides, em conflito com Temístocles, foi condenado ao ostracismo. Conta-se que quando estava sendo decidido seu processo, numa assembléia popular, dele se acercou um cidadão pedindo-lhe que escrevesse ‘Aristides’ no óstraco. “Que mal te fez esse homem?”, indagou, “Nem sequer o conheço, mas meus ouvidos já se cansam de ouvir chamarem-lhe Justo”.
O ostracismo contribuiu para a manutenção da república, todavia. (Fonte: Wikipédia).
Essa política seria mais simples... mais barata. Mas aqui, onde "a Justiça pode ser cega; mas que olfato! Distingue classes sociais a quilômetros de distância"[1], não podemos exatamente confiar nos ST's, J's e TJ's espalhados pelo país. E nossa história com expurgos não é nenhuma lembrança agradável. O Brasil continua "um país remoto".
Mas essa turma ai, cuja compulsão natural à exposição e egolatria forçam um protagonismo como antídoto para seu rarefeito talento e propósito, ainda fomentará mais discussões e artigos desnecessários, intolerâncias mútuas sob as luzes dos holofotes.
Dar ouvidos a fundamentalistas, fánaticos e simpatizantes em geral é pura perda de tempo. Levá-los a sério traz o risco de criar no país campos de batalha para mais uma maldita "guerra santa" em prol de "causas justas". Pelo menos até o próximo carnaval chegar.
A caixa foi aberta.
Ressuscito então Itamar Assumpção e sua simplicidade minimalista:
"Aprendi que a desavença é por que sempre alguém pensa
Que ninguém mais tem razão".
_______________
[1] Millôr
A Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Jean Wyllys, Bancada Evangélica, Marta Suplicy e Bolsonaro finalmente tem seu protagonismo garantido. Skinheads, neo-nazistas, nacionalistas, LGBT's, intolerantes em geral também... como side effect. Eles agora tem representação e até espaço na mídia, oficiosamente.
Parece até que todos desataram a tomar um partido.
Melhor seria simplesmente dar-lhes de ombros.
Ao preconceito, preconceituosos: ostracismo. Quem são mesmo Bolsonaro e Preta Gil???
Clístenes, no ano de 510 A.C. decretou em Atenas uma forma de punição política como luta contra a tirania que significava a expulsão política e o exílio por um tempo de 10 anos. O ostracismo foi posto em prática no ano 487 A.C. O quarto político "agraciado" com o ostracismo em Atenas em 485 A.C. ou 482 A.C., não se sabe ao certo, foi Aristides, o Justo. Strategos Aristides, em conflito com Temístocles, foi condenado ao ostracismo. Conta-se que quando estava sendo decidido seu processo, numa assembléia popular, dele se acercou um cidadão pedindo-lhe que escrevesse ‘Aristides’ no óstraco. “Que mal te fez esse homem?”, indagou, “Nem sequer o conheço, mas meus ouvidos já se cansam de ouvir chamarem-lhe Justo”.
O ostracismo contribuiu para a manutenção da república, todavia. (Fonte: Wikipédia).
Essa política seria mais simples... mais barata. Mas aqui, onde "a Justiça pode ser cega; mas que olfato! Distingue classes sociais a quilômetros de distância"[1], não podemos exatamente confiar nos ST's, J's e TJ's espalhados pelo país. E nossa história com expurgos não é nenhuma lembrança agradável. O Brasil continua "um país remoto".
Mas essa turma ai, cuja compulsão natural à exposição e egolatria forçam um protagonismo como antídoto para seu rarefeito talento e propósito, ainda fomentará mais discussões e artigos desnecessários, intolerâncias mútuas sob as luzes dos holofotes.
Dar ouvidos a fundamentalistas, fánaticos e simpatizantes em geral é pura perda de tempo. Levá-los a sério traz o risco de criar no país campos de batalha para mais uma maldita "guerra santa" em prol de "causas justas". Pelo menos até o próximo carnaval chegar.
A caixa foi aberta.
Ressuscito então Itamar Assumpção e sua simplicidade minimalista:
"Aprendi que a desavença é por que sempre alguém pensa
Que ninguém mais tem razão".
_______________
[1] Millôr
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Minidicionário nada aleatório
Blogs progressistas(?!), contrainformação, socialismo fabiano, Gramsci, Ministério da Verdade, Goebbels, Chomsky...
Socialismo fabiano - nome atribuído ao movimento intelectual criado pela organização britânica "Sociedade Fabiana" no fim do século XIX cujo objetivo era a busca dos ideais socialistas por meios graduais e reformistas, em contraste com os meios revolucionários propostos pelo marxismo e Socialização fascista. No poder, os fabianos dão uma maquiada na economia capitalista enquanto fomentam por canais aparentemente neutros a disseminação de idéias socialistas, promovem a intromissão da burocracia em todos os setores da vida (não necessariamente os econômicos) e subsidiam a recuperação do socialismo revolucionário. Quando este está de novo pronto para a briga, eles saem de cena envergando o rótulo de “direitistas”, que lhes permitirá um eventual retorno ao poder como salvadores da pátria se os capitalistas voltarem a achar que precisam deles para deter a ascensão do marxismo revolucionário. Então novamente eles fingirão salvar a pátria enquanto salvam, por baixo do pano, o socialismo.
Gramsci disse quase a mesma coisa através dos 32 Cadernos do Cárcere, 2.848 páginas que - a princípio - não eram destinados à publicação. Trazem reflexões e anotações do tempo em que esteve preso, que começou no dia 8 de Fevereiro de 1929 e terminou em Agosto de 1935. A única diferença é que ele era italiano.
Ministério da Verdade - no livro 1984, de George Orwell, o Ministério da Verdade (em Novilíngua, Miniver) é um dos quatro ministérios que compõem o governo da Oceania. Analogamente aos demais ministérios (Ministério do Amor, Ministério da Fartura, Ministério da Paz), o seu objetivo é exatamente o oposto da Verdade: este ministério é diretamente responsável pela falsificação da história. Em Novilíngua, porém, o nome é apropriado, já que "verdade" é aquilo que o Estado quer que seja verdade.
Goebbels - Paul Joseph Goebbels (Mönchengladbach, 29 de outubro de 1897 — Berlim, 1 de maio de 1945) foi o ministro do Povo, Alegria e da Propaganda de Adolf Hitler (Propagandaminister) na Alemanha Nazista, exercendo severo controle sobre as instituições educacionais e os meios de comunicação. É considerado o dono da célebre frase "uma mentira cem vezes dita, torna-se verdade".
Chomsky - Em A Manipulação do Público, livro escrito em conjunto por Edward S. Herman, os autores exploram este tema em profundidade e apresentam o seu modelo da propaganda nos meios de comunicação com numerosos estudos de caso extremamente detalhados para demonstrar seu funcionamento. Para uma análise completa deste modelo veja 'Teoria da Propaganda' de Chosmky e Herman.
Anarquizemos:
Progressista - adj. e s.m. e s.f. Que, ou pessoa que tem idéias políticas e sociais avançadas.
Favorável ao progresso; que não é conservador ou reacionário.
Favorável ao progresso; que não é conservador ou reacionário.
Contrainformação - s.f. Conjunto de recursos que visam observar e neutralizar os serviços de informação do campo inimigo.
PS Hoje em dia 'progressista' é o mesmo que fazer 'contrainformação'. Mas se a oposição vencer as próximas eleições, bem... o progressista de hoje passa a ser o reacionário de amanhã e o reacionário de hoje o progressista de amanhã.
Nenhum compromisso com a informação, de fato. Tudo manipulação para manutenção ou tomada do poder.
Mundo fascinante, não é mesmo?
Mundo fascinante, não é mesmo?
Socialismo fabiano - nome atribuído ao movimento intelectual criado pela organização britânica "Sociedade Fabiana" no fim do século XIX cujo objetivo era a busca dos ideais socialistas por meios graduais e reformistas, em contraste com os meios revolucionários propostos pelo marxismo e Socialização fascista. No poder, os fabianos dão uma maquiada na economia capitalista enquanto fomentam por canais aparentemente neutros a disseminação de idéias socialistas, promovem a intromissão da burocracia em todos os setores da vida (não necessariamente os econômicos) e subsidiam a recuperação do socialismo revolucionário. Quando este está de novo pronto para a briga, eles saem de cena envergando o rótulo de “direitistas”, que lhes permitirá um eventual retorno ao poder como salvadores da pátria se os capitalistas voltarem a achar que precisam deles para deter a ascensão do marxismo revolucionário. Então novamente eles fingirão salvar a pátria enquanto salvam, por baixo do pano, o socialismo.
Gramsci disse quase a mesma coisa através dos 32 Cadernos do Cárcere, 2.848 páginas que - a princípio - não eram destinados à publicação. Trazem reflexões e anotações do tempo em que esteve preso, que começou no dia 8 de Fevereiro de 1929 e terminou em Agosto de 1935. A única diferença é que ele era italiano.
Ministério da Verdade - no livro 1984, de George Orwell, o Ministério da Verdade (em Novilíngua, Miniver) é um dos quatro ministérios que compõem o governo da Oceania. Analogamente aos demais ministérios (Ministério do Amor, Ministério da Fartura, Ministério da Paz), o seu objetivo é exatamente o oposto da Verdade: este ministério é diretamente responsável pela falsificação da história. Em Novilíngua, porém, o nome é apropriado, já que "verdade" é aquilo que o Estado quer que seja verdade.
Goebbels - Paul Joseph Goebbels (Mönchengladbach, 29 de outubro de 1897 — Berlim, 1 de maio de 1945) foi o ministro do Povo, Alegria e da Propaganda de Adolf Hitler (Propagandaminister) na Alemanha Nazista, exercendo severo controle sobre as instituições educacionais e os meios de comunicação. É considerado o dono da célebre frase "uma mentira cem vezes dita, torna-se verdade".
Chomsky - Em A Manipulação do Público, livro escrito em conjunto por Edward S. Herman, os autores exploram este tema em profundidade e apresentam o seu modelo da propaganda nos meios de comunicação com numerosos estudos de caso extremamente detalhados para demonstrar seu funcionamento. Para uma análise completa deste modelo veja 'Teoria da Propaganda' de Chosmky e Herman.
"(...) luta pela democratização das Comunicações, pela construção de uma nova mídia – plural e colaborativa – e por um País justo e democrático"(?!?!?!).
Só podem estar de brincadeira!!! Baboseira retórica sem nenhum sentido prático. Mais fácil acreditar no coelhinho da páscoa.
Melhor mesmo é voltar aos livros e aos estudos... solitariamente. "Livre pensar é só pensar."[1]
Melhor mesmo é voltar aos livros e aos estudos... solitariamente. "Livre pensar é só pensar."[1]
Anarquizemos:
"O capitalismo é a exploração do homem pelo homem. E o comunismo é exatamente o contrário."[1]
"Tudo é tudo e nada é nada."[2]
"Tudo é tudo e nada é nada."[2]
___________________
Fontes: dicionário online de português (http://www.dicio.com.br/), Wikipédia.
[1] Millôr
[2] Tim Maia
[1] Millôr
[2] Tim Maia
domingo, 3 de abril de 2011
Senso crítico, livre pensamento
Uma muito boa do Fiuza.
Reproduzo na íntegra.
______________
A frase tem significado adicional pra mim.
O resto é circo.
Hora de arriar a lona e tirar toda essa trupe do picadeiro. Cá fora o mundo anda se despedaçando.
Repito pela enésima vez um guru: "livre pensar... é só pensar!" (Millôr).
Reproduzo na íntegra.
______________
José Alencar, o mito
Assim como o papa João Paulo II, José Alencar escolheu sofrer em público. Ambos poderiam ter deixado seus cargos, no momento em que não tinham mais condições de exercê-los normalmente.
É um tipo de escolha que envolve coragem, mas talvez não seja uma boa escolha.
O espetáculo do fim é sempre triste, e a todo momento alguém está travando sua batalha final. Transformar um cargo público em ponto de encontro para a solidariedade geral pode ser legítimo, mas pode ser também pura amplificação do sofrimento.
José Alencar será lembrado, principalmente, como um vice-presidente que lutou contra um câncer. Isto pode lhe dar uma dimensão heróica, mas embaça sua biografia política.
Qual terá sido a importância política de José Alencar? Eis uma pergunta de difícil resposta.
Depois de uma trajetória pouco relevante como senador – mandato conseguido com a força do empresário –, Alencar ficou conhecido por fazer chapa com Lula: era a união do capital com o trabalho.
Na realidade, essa suposta união de classes nunca passou de um slogan – mais um fetiche exaustivamente explorado pelo populismo.
Lula se tornou palatável às “elites” graças à guinada que deu contra os princípios sectários do PT. Todo o acordo para o respeito às instituições, e as garantias de que não haveria revanchismo “social”, foram costurados por Palocci e Dirceu.
José Alencar não teve importância nesse acordo de paz entre “o capital e o trabalho”.
Ao contrário, ao longo de seus oito anos de mandato, o vice-presidente escolheu uma trincheira de “governo de oposição” – atacando sistematicamente alguns pilares da política econômica, e fazendo uma suposta cruzada contra os juros altos.
Nesse particular, nem é possível dizer que Alencar chegou a fazer de fato uma campanha, já que apenas repetia seu bordão contra os juros, sem nada propor. Chegou a declarar que, se fosse presidente, baixaria os juros por decreto – o que só pode ser levado a sério pelos xiitas do PSTU.
Na política, José Alencar viveu de sua biografia empresarial – o garoto pobre que enriqueceu trabalhando de maneira honesta. Um belo exemplo.
Mas alçá-lo à galeria dos líderes políticos não é honesto. Uma das causas perversas da exploração do trabalho pelo capital, no Brasil, é a esdrúxula estrutura tributária, pela qual o Estado garfa a produção privada. Não se tem notícia de uma ação clara do ex-vice-presidente da República contra esse absurdo.
O papel realmente vivido por José Alencar, em oito anos de governo, foi o do empresário amigo do operário presidente.
Como mitologia, muito interessante.
Fora isso, fica a solidariedade ao homem que lutou bravamente pela vida – como tantos outros lutam, longe dos holofotes.
(Guilherme Fiuza. Fonte: http://colunas.epoca.globo.com/guilhermefiuza/)
______________
"Fora isso, fica a solidariedade ao homem que lutou bravamente pela vida – como tantos outros lutam, longe dos holofotes."É um tipo de escolha que envolve coragem, mas talvez não seja uma boa escolha.
O espetáculo do fim é sempre triste, e a todo momento alguém está travando sua batalha final. Transformar um cargo público em ponto de encontro para a solidariedade geral pode ser legítimo, mas pode ser também pura amplificação do sofrimento.
José Alencar será lembrado, principalmente, como um vice-presidente que lutou contra um câncer. Isto pode lhe dar uma dimensão heróica, mas embaça sua biografia política.
Qual terá sido a importância política de José Alencar? Eis uma pergunta de difícil resposta.
Depois de uma trajetória pouco relevante como senador – mandato conseguido com a força do empresário –, Alencar ficou conhecido por fazer chapa com Lula: era a união do capital com o trabalho.
Na realidade, essa suposta união de classes nunca passou de um slogan – mais um fetiche exaustivamente explorado pelo populismo.
Lula se tornou palatável às “elites” graças à guinada que deu contra os princípios sectários do PT. Todo o acordo para o respeito às instituições, e as garantias de que não haveria revanchismo “social”, foram costurados por Palocci e Dirceu.
José Alencar não teve importância nesse acordo de paz entre “o capital e o trabalho”.
Ao contrário, ao longo de seus oito anos de mandato, o vice-presidente escolheu uma trincheira de “governo de oposição” – atacando sistematicamente alguns pilares da política econômica, e fazendo uma suposta cruzada contra os juros altos.
Nesse particular, nem é possível dizer que Alencar chegou a fazer de fato uma campanha, já que apenas repetia seu bordão contra os juros, sem nada propor. Chegou a declarar que, se fosse presidente, baixaria os juros por decreto – o que só pode ser levado a sério pelos xiitas do PSTU.
Na política, José Alencar viveu de sua biografia empresarial – o garoto pobre que enriqueceu trabalhando de maneira honesta. Um belo exemplo.
Mas alçá-lo à galeria dos líderes políticos não é honesto. Uma das causas perversas da exploração do trabalho pelo capital, no Brasil, é a esdrúxula estrutura tributária, pela qual o Estado garfa a produção privada. Não se tem notícia de uma ação clara do ex-vice-presidente da República contra esse absurdo.
O papel realmente vivido por José Alencar, em oito anos de governo, foi o do empresário amigo do operário presidente.
Como mitologia, muito interessante.
Fora isso, fica a solidariedade ao homem que lutou bravamente pela vida – como tantos outros lutam, longe dos holofotes.
(Guilherme Fiuza. Fonte: http://colunas.epoca.globo.com/guilhermefiuza/)
______________
A frase tem significado adicional pra mim.
O resto é circo.
Hora de arriar a lona e tirar toda essa trupe do picadeiro. Cá fora o mundo anda se despedaçando.
Repito pela enésima vez um guru: "livre pensar... é só pensar!" (Millôr).
sábado, 2 de abril de 2011
"Respeitável público..."
O Brasil esta semana discutiu temas de extrema importância:
- Bolsonaro e Preta Gil;
- Jose Alencar;
- BBB;
- Noivos e convidados usando roupas do filme "Shrek" numa cerimônia matrimonial;
- A última pesquisa CNI com a popularidade da presidente.
Bobagens de circo.
Gostaria era de saber porque Joaquim Barbosa continua sentado em cima do processo do mensalão no STF. A prescrição de crime esvaziará o processo em agosto e todos se safarão. Os ratos, os bandidos, os ex-metalúrgicos...
A PF, do outro lado, redigiu um relatório de 332 páginas dissecando o ocorrido.
Um ladrão de galinhas já estaria preso.
Porém, tem muita gente graúda reconstruindo os fatos.
Memória não é virtude por aqui e eles sabem muito bem disso.
Vide reportagens nos links: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI223073-15223,00.html ou http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/arch2011-04-01_2011-04-30.html#2011_04-02_07_18_23-10045644-0
Aos acólitos do petismo, aproveitem o espetáculo e divirtam-se.
Quanto ao resto... nós... ou mantemos o nariz de palhaço no rosto ou pegamos um avião para Timbuktu.
- Bolsonaro e Preta Gil;
- Jose Alencar;
- BBB;
- Noivos e convidados usando roupas do filme "Shrek" numa cerimônia matrimonial;
- A última pesquisa CNI com a popularidade da presidente.
Bobagens de circo.
Gostaria era de saber porque Joaquim Barbosa continua sentado em cima do processo do mensalão no STF. A prescrição de crime esvaziará o processo em agosto e todos se safarão. Os ratos, os bandidos, os ex-metalúrgicos...
A PF, do outro lado, redigiu um relatório de 332 páginas dissecando o ocorrido.
Um ladrão de galinhas já estaria preso.
Porém, tem muita gente graúda reconstruindo os fatos.
Memória não é virtude por aqui e eles sabem muito bem disso.
Vide reportagens nos links: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI223073-15223,00.html ou http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/arch2011-04-01_2011-04-30.html#2011_04-02_07_18_23-10045644-0
Aos acólitos do petismo, aproveitem o espetáculo e divirtam-se.
Quanto ao resto... nós... ou mantemos o nariz de palhaço no rosto ou pegamos um avião para Timbuktu.
Assinar:
Postagens (Atom)