terça-feira, 6 de setembro de 2011

( . . . ) ou: Reminiscências

O Orwellianismo vigente no Brasil encobriu de “eufemismos redutores” alguns significados bastante exatos no passado.

Corrupção passou a ser malfeito.
Censura agora é “marco regulador da comunicação social - ordenamento jurídico que amplie (???) as possibilidades de livre expressão de pensamento e assegure o amplo acesso da população a todos os meios“.
Lobby passou a ser consultoria.
Clientelismo, coalizão.
Honestidade recebeu a pecha de “moralismo udenista”.
Mentira é… verdade.
"Intelequitual" passou a ser intelectual (porque chamar uns outros de intelectuais só porque escrevem umas "abobrinhas" carregadas de paralogismos para mídia pelega progressista é "forçar a barra").
Ignorância é inteligência. (Squid que o diga)
Astúcia é genialidade. (Idem acima)
(…)
Novilíngua ou Novafala é um idioma fictício criado pelo governo hiperautoritário na obra literária 1984, de George Orwell. A novilíngua era desenvolvida não pela criação de novas palavras, mas pela "condensação" e "remoção" delas ou de alguns de seus sentidos, com o objetivo de restringir o escopo do pensamento. Uma vez que as pessoas não pudessem se referir a algo, isso passa a não existir. Assim, por meio do controle sobre a linguagem, o governo seria capaz de controlar o pensamento das pessoas, impedindo que ideias indesejáveis viessem a surgir. (Fonte: Wikipédia).
(…)
Em 'O Triunfo dos Porcos' (Animal Farm), Orwell satirizava novamente a subversão da “utopia impossível” pelos astutos porcos Bola-de-Neve e Napoleão.
No Brasil é fácil ver tal confusão entre inteligência e astúcia quando chamam Squid de gênio. Carismático e astuto ao extremo SIM. Inteligente...?
Aliás, ele e o Zé me lembram muito Napoleon e Snowball do livro. É provável mesmo que um dia cumpram seu destino, mesmo tendo a traição como a marca final da relação entre os dois - ou até mesmo por isso. 
P.S. Ponha a barba de molho, quem não tiver barba.
Mas vamos à definição:
Astúcia s.f. Habilidade em enganar; ardil, manha, esperteza.
Sagacidade, finura, artifício.
(...)
O mal da esquerdopatia é que ela oblitera o raciocínio. Ao pretender (to pretend in english means : fingir) anexar aos novos “revolucionários” (fabianos e/ou Gramncistas/Althusserianos) a mais nobre aura de intenções como, “uma sociedade mais igualitária, justa e mais fraterna” ( aí a utopia impossível nos termos do Marxismo), aufere também a eles o grau de elite da raça, acima das “pessoas comuns”. Paradoxo. Afinal, como entender o combate às elites e às diferenças se a priori os próprios signatários da igualdade consideram a si mesmos acima do resto? Ademais, como almejar uma sociedade justa e fraterna onde todo o mal teria sido extirpado se o meio para alcançá-la via de regra é pavimentado pela violência, pela mentira e difamação, no absolutismo e no cerceamento das liberdades? E mais, como confiar num código de ética e moral semelhante ao da Máfia? Vide as "vinte e uma condições do Comintern de 1920 e a vigésima segunda não formalmente escrita - segundo o líder socialista francês Paul Faure - que autorizava os bolcheviques a ignorar as outras 21, se lhes fosse conveniente"[1].  Parece que vale tudo!
Nesse pormenor não diferem muito dos fanáticos do Islã, que em tese podem TUDO desde que em nome da "causa".
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Numa tirinha de Schulz me delicio com a dúvida que parece nunca tê-los importunado (a todos). “Have you ever considered that you might be mistaken for all this time?”

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Como tantos outros, que seduzidos a princípio pela teoria revolucionária de Marx (embora nunca tenha sido um estudioso contumaz do assunto), também sucumbi posteriormente à realidade dos fatos. Mas ler ou não o 'Manifesto Comunista' de 1848 ou 'O Capital' teria feito alguma diferença? Definitivamente não, no meu caso. Afinal, entre 65 a 93 milhões de mortes nessas revoluções (sendo conservador e aderindo à estimativa de Nicholas Werth e Jean-Louis Margolin contrária aos 100 milhões defendidos no livro Le Livre noir du communisme, Éditions Robert Laffont, 1997 por Stéphane Courtois) suplantando qualquer outra vicissitude assassina da raça humana é contra-exemplo suficiente para desabonar a teoria. A menos que se queira vangloriar a socialização da censura, repressão e cerceamento da criatividade humana e o compartilhamento da miséria pelo povo à margem da plutocracia partidária (e o não acesso ao consumo, viu Marta Suplício?).

Mas isso não é exclusividade minha. Squid nunca leu nada e descobriu isso há muito tempo, quando vislumbrou que o discurso servia apenas como meio e não como compromisso após a conquista do objetivo. No mais, foi só trilhar o caminho do poder e usufruir das benesses acopladas ao posto. 

A diferença principal é que ainda sofro desse tal “moralismo udenista”, enquanto Squid tem a moral de um chimpanzé.
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Lord Acton sempre esteve certo: “O poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente”.
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Malgrado isso, outros tantos têm a compulsão natural ao fanatismo pela teoria errada, seja por um interesse pessoal intrínseco no sucesso da “causa” ou por fraqueza intelectual. Parece até que quanto mais errada uma teoria prova ser, mais fanáticos aparecerão para defendê-la, “até a morte”. Faz sentido. Afinal, quem sucumbe às explicações que refutam uma tese com provas e fatos e aceita que não há verdade absoluta é necessariamente NÃO-fanático. Só os outros embarcariam numa canoa furada mesmo confrontados com provas, inconsistências e realidades insopitáveis diante de sua convicção passional.
Foram não poucos os sonhadores sinceros que terminaram desiludidos, senão dizimados com esse canto da sereia do século passado. 
E os que ainda insistem em defender seja lá o que esteve encoberto mesmo depois de escancarado da maneira mais óbvia, permanecem no grupo dos fanáticos, incapazes de aceitar o erro ou o engano. Ai já seria mais caso para a psicanálise, ou, em algumas situações, caso de polícia. Porque é mesmo de um devaneio utópico que estão acometidos ou de um “mau-caratismo praticante”, de cuja esperança de cura os eximo, porque os primeiros serão sempre "inocentes úteis" enquanto os últimos, tendem a ser picaretas incuráveis.
(...)
E todas as conclusões já estarão pautadas na novafala:
Liberdade é escravidão;
Inteligência é burrice.
(...)
Sem receio de plagiar o Guru:
“Contra a extrema esquerda, contra a extrema direita e principalmente, contra o extremo centro.”[2]
(...)
Por hora sou mais o racionalismo de Russell e o livre pensamento.
Fato é que deveríamos primeiro aprender a pensar, só isso pode nos separar de marionetes ou papagaios de piratas.
Mas em mar de peixe sem braço, quem tem muitos tentáculos é lula.

[1] Judt, Tony. Reflexões Sobre Um Século Esquecido 1901 - 2000. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2008. p. 150.
[2] Millôr

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