“Não gostaria de ser levado a sério somente quando sou solene. Quanto mais eu vivo, mais suspeito da solenidade, e vejo nela – não sempre, mas com muita frequência – um disfarce para a impostura.” Bertrand Russell
Carlos César me apresentou a Lógica Matemática e Bertrand Russell há mais de 25 anos. Costumava ir à sua casa ouvir progressive rock (repertório único!!!Lembra-se disso Hamilton?) no volume mais alto, imediatamente antes das caixas estourarem ou o som, saturado, tornar-se incompreensível. Numa dessas, folheei um seu livro velho - provavelmente surrupiado de uma biblioteca pública ou acadêmica (a voracidade intelectual do Cícero lhe permitia tais delitos sem a menor cerimônia) numa época em que livros como aquele não estavam disponíveis pela Internet – e fui despertado para o sarcasmo e a sátira aguda do prêmio Nobel de 1950. Conheci também na mesma época alguns escritos de Voltaire, tanto que terminei por ler Candido ou o Otimismo tempos depois. Thank God.
Do Russell folheei Ensaios Céticos, e o impacto permaneceu indelével na memória obrigando-me a perseguir o livro pelos últimos 25 anos. Cheguei a tentar afanar um exemplar em bibliotecas, mas meu empenho e capacidade intelectual nunca chegaram nem perto das do Cícero. Com efeito, minha destreza, frieza e dissimulação para o intento eram igualmente um fiasco.
Julho de 2010 e comprei o livro num click pela Internet. Deitado em minha cama com o laptop sobre as pernas, paguei R$15,00 pelo livro, entregue em casa.
“- Onde esse mundo vai parar Gerarrrda?”
Nesse ínterim, em que me abstive de possuir os Ensaios Céticos, li Silhuetas Satíricas. Russell deveria ser, definitivamente, leitura obrigatória.
Algumas pérolas, “pra refletir na cama”:
(1)“Ajudei certa vez duas garotinhas estonianas que quase morreram de fome durante uma grande crise. Elas ficaram vivendo com minha família e, é claro, tiveram bastante para comer. Mas gastavam todo o seu tempo livre visitando as fazendas vizinhas e roubando batatas, que escondiam. Rockfeller, que na infância experimentou grande pobreza, passou a vida adulta de maneira similar.”
Tenho a mesma sensação acerca de certos políticos e dos novos ricos do serviço público federal/estatal.
(2)“Homens que permitem que sua paixão pelo poder lhes dê um ponto de vista distorcido do mundo podem ser encontrados em qualquer hospício: um pensa que é o presidente do Banco da Inglaterra, outro pensa que é o rei, ainda outro pensa que é Deus. Delírios absolutamente semelhantes, se expressos por homens cultos em linguagem obscura, levam à condição de professor de filosofia; e, se expressos por homens emocionais em linguagem eloquente, levam a ditaduras.”
Vivemos as últimas décadas do Sec. XX na onda das ditaduras militares de direita da America Latina. Adveio então o período democrático que caminha agora, estranhamente, em direção ao caudilhismo[1].
Vá de retro satanás!!!
(…)
Vi pela TV ontem o anúncio do rompimento das relações diplomáticas entre Venezuela e Colômbia. A cena seria somente mais uma das tantas protagonizadas pelo Bolívar reencarnado não fosse por um detalhe: Maradona (também vestido à caráter) ao lado de Chávez e atento a tudo.
Ocorreu-me então uma cena grotesca onde futebol, política e diplomacia misturavam-se freneticamente no caldeirão do fuck:
- Squid deixara o poder e fora anunciado pela CBF como o novo técnico da Seleção brasileira até a copa de 2014. Como patriota que é, e usufruindo de muita influência com o companheiro Chávez, pediu a esse que “convencesse” Maradona a ser candidato a presidência da Argentina em 2011. Contaria ele com o apoio dos dois governos à sua candidatura.
Equador, Bolívia e Paraguai viriam juntos depois de mãos dadas com El papa.
- Chávez vislumbrou imediatamente a ampliação de sua ascendência e rede de influência e manipulação no cone sul. Planos maquiavélicos começaram a entulhar sua cabeça: "...no máximo cinco anos e o retorno da Guerra fria", onde ele, mandatário do bem, decidiria o futuro da humanidade em uma luta ferrenha contra o bloco do mal.
- Maradona prometeu que desfilaria nu por Buenos Aires caso vencesse o pleito, assim los hermanos poderiam ver sua nova tatuagem - feita do lado esquerdo do peito por exigência de Hugo – completando o terceiro herói da nova revolução bolivariana (Guevara e Fidel já estavam lá).
- A lula (ou o polvo) garantiu então que a copa de 2014 seria nossa e se apressou em alinhavar os acordos necessários com os novos líderes da AL.
o A Argentina teria que contentar-se com um segundo lugar após ser derrotada pelo Brasil na final a ser alardeada como a “batalha do Maracanã”. E se, num arroubo súbito de brio nacionalista, ensandecidos, os jogadores portenhos desobedecessem à ordem do grão mestre Maradona para entregar o jogo, Super Squid entraria pessoalmente em campo com a tropa de choque (Sarney, Renan, Temer, Vacarezza, Genoino, Maluf, Marcos Valério… esses dois últimos não, tinham que ficar no vestiário vigiando as malas e um ao outro) e faria a partida virar pro nosso lado. Tudo dominado!!!
- Squid deixara o poder e fora anunciado pela CBF como o novo técnico da Seleção brasileira até a copa de 2014. Como patriota que é, e usufruindo de muita influência com o companheiro Chávez, pediu a esse que “convencesse” Maradona a ser candidato a presidência da Argentina em 2011. Contaria ele com o apoio dos dois governos à sua candidatura.
Equador, Bolívia e Paraguai viriam juntos depois de mãos dadas com El papa.
- Chávez vislumbrou imediatamente a ampliação de sua ascendência e rede de influência e manipulação no cone sul. Planos maquiavélicos começaram a entulhar sua cabeça: "...no máximo cinco anos e o retorno da Guerra fria", onde ele, mandatário do bem, decidiria o futuro da humanidade em uma luta ferrenha contra o bloco do mal.
- Maradona prometeu que desfilaria nu por Buenos Aires caso vencesse o pleito, assim los hermanos poderiam ver sua nova tatuagem - feita do lado esquerdo do peito por exigência de Hugo – completando o terceiro herói da nova revolução bolivariana (Guevara e Fidel já estavam lá).
- A lula (ou o polvo) garantiu então que a copa de 2014 seria nossa e se apressou em alinhavar os acordos necessários com os novos líderes da AL.
o A Argentina teria que contentar-se com um segundo lugar após ser derrotada pelo Brasil na final a ser alardeada como a “batalha do Maracanã”. E se, num arroubo súbito de brio nacionalista, ensandecidos, os jogadores portenhos desobedecessem à ordem do grão mestre Maradona para entregar o jogo, Super Squid entraria pessoalmente em campo com a tropa de choque (Sarney, Renan, Temer, Vacarezza, Genoino, Maluf, Marcos Valério… esses dois últimos não, tinham que ficar no vestiário vigiando as malas e um ao outro) e faria a partida virar pro nosso lado. Tudo dominado!!!
E assim o mundo seguiria.
Keys com as chavez para o botão da Guerra nuclear em ogivas no Irã, Cuba, e até Rússia - se bem combinadinho; e o destino da humanidade na ponta de seus dedos.
Ah...ordenou também que após sua morte seu corpo fosse empalhado e exposto à visitação e oração pública na Igreja Interespacial do Poder das Chavez, onde era o Deus supremo.
Maradona governando pelado porque “o rei é mais bonito nu” [2], sempre ovacionado com a nova saudação oficial do Boca (leia-se povo - sem L - argentino) ao grande irmão: braço esquerdo estendido para frente, punho cerrado e o jargão “La mano de Dios!!!”
O polvo (ou a Lula) impondo suas teorias futebolísticas singulares (plural não existe) e tendo como auxiliar técnico o Zé D, que também cuidava do merchan e era o DJ das festas e orgias.
O resto… Bem… A Bolívia e o Equador foram pro Paraguai fazer compras.
A Dilma foi a LA com a Marisa e a Marta no aerolula fazer uma nova plástica e aplicar bottox na clinica do Dr. Robert.
PS Depois - pra me fazer um agrado - ela ficou de passar na Rodeo Drive e me trazer um casaco de couro da Bottega Veneta.
Bom negócio, não é menina???
[1] Caudilhismo: sempre para achar legitimidade, as ditaduras se apoiam em teorias caudilhistas, que afirmam muitas vezes do destino divino do líder, que é encarado como um salvador, cuja missão é libertar seu povo, ou ser considerado o pai dos pobres e oprimidos, etc.
Em geral, caudilhos são lideranças políticas carismáticas ligadas a setores tradicionais da sociedade (como militares e grandes fazendeiros) e que baseiam seu poder no seu carisma. Muitas vezes, líderes são chamados de caudilhos quando permanecem no governo por mais tempo do que o convencional. O caudilhismo se apresenta como forma de exercício de poder divergente da democracia representativa. Wikipédia
[2] O Estrangeiro de Caetano Veloso (não, não é do Camus) ou simplesmemte A Roupa Nova do Rei de Hans Christian Andersen.