Mostrando postagens com marcador Peanuts. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Peanuts. Mostrar todas as postagens

domingo, 24 de abril de 2011

"Life's a dream, Charlie Brown"

I wrote during one of my nights of insomnia in a hotel room in Fairfax, in 03.23.2009, an article about Charles Schulz's Peanuts. I had bought 2 volumes of  'The Complete Peanuts' (1950 to 1952 and 1971 to 1972) that evening at the Congress Library before to take my way back "home".

At that time, I was not running a blog neither had ever thought about it.
That's interesting now that my most read post is exactly kind of a version in portuguese of that old article, forgotten in my papers and just brought up again by my wife (who is a way far more organized than myself) by chance. The most interesting though is the fact that I wrote the second one (in portuguese) completely unaware about the first that I had left "dropped" somewhere more than 1 year before. Looks like the idea was there since ever.

Since my portuguese one became the most popular (PS popular here means read by dozens of close people, not popular meant to be read by hundreds thousands like J.K. Rowling... unfortunately), I decided to reproduce it here, turning into bytes what my fingers had made up in a small piece of paper with a pen a way back ago.
_____________________________________

Upon my reading - I've just bought 2 books of Charles Schulz's Peanuts Colletion - "here I'm once more" feeling the Charlie Brown's fears and depression through those old strips. From the old 50's up to 1972, it's amazing how "Sparky" has captured the human kind essence so sharply and presented that in kind of elegant and sincere way. Using "Chuck", Snoopy, Marcie, Patty, Shroroeder, Linus, Lucy, Woodstock, Miss Sweetstory and all the others, he built up with indisputable talent a slice of our real life in a very unique perspective.
As Chaplin with Carlitos, each one on his own manner to express deep feelings, he made me feel like a good person. I'm sort of Charlie Brown, sometimes. That "wish-washy" guy falling apart with red-haired girls, fading away within his dreams.

"Que puxa..."

sábado, 17 de julho de 2010

"A vida é um sonho, Charlie Brown"

Peanuts (no Brasil "A turma do Snoopy") sempre foi para mim uma obra prima! Schulz capturou a "patologia" inofensiva dos sonhadores materializando-a num cachorro beagle com complexo de Walter Mitty.
Do outro lado, Charlie Brown dava o contraponto debatendo-se com os fracassos e frustrações do mundo real. Snoopy era uma espécie de alter ego de Charlie Brown; ou Charlie é que era de Snoopy. Não importa.

Por muitas vezes tive a fantasia de que num estrondo a vida se transformasse naquele desenho animado onde eu, teleportado a outra dimensão, aparecesse sentado ao lado da Paty Pimentinha naquela escola ouvindo a voz de trombone de vara desafinado dos professores (ou dos adultos em geral). Até hoje tal metáfora impressionante e perturbadora me fascina, especialmente porque os adultos só existiam da cintura pra baixo. O que mais poderia existir além daquilo???

Charles foi um gênio ao capturar o universo infantil com tanta sensibilidade e verossimilhança. Como explicar a Primeira Guerra Mundial, o Sopwith Camel (na verdade a casa do Snoopy) ou Manfred von Richthofen, o Barão Vermelho?
Como explicar Beethoven, Joe Cool e toda aquela trilha sonora?
Só mesmo Schulz pra fazer isso sem dor.

Diante de tantas notícias macabras no jornal, tanto descalabro político, me vejo melhor falando com um amigo imaginário como o Woodstock (que fala apenas a linguagem dos pássaros através dos sinais de exclamação, interrogação, etc.) ou voando nos céus da França num Sopwith Camel me desvencilhando das balas do Barão Vermelho no meu encalço.
É isso ou adentrar o universo dos discursos chulos do presidente squid, da violência urbana que vai da pedofilia ao esquartejamento de corpos ou da promiscuidade política que subverteu conceitos como honestidade (Genoino, Maluf, Sarney e tantos outros tem a ficha limpa. Impressionante).
Prefiro por hora enfrentar o invisivel "Gato estúpido da porta ao lado" (também chamado "Terceira guerra mundial") ou disputar a posição de shortstop com o Snoopy no campo de baseball da cidade.
Btw, de volta a minha vida secreta de escritor...

(...) "Estava uma escura e tempestuosa noite..."(1)


(1) Tirado de uma história de Edward George Bulwer-Lytton escrita em 1830 chamada Paul Clifford e parte de um dos momentos memoráveis dos "Peanuts" onde Snoopy era um escritor, com seu eterno abrir da mala onde está a máquina de escrever.