terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

"O Brasil não é para principiantes"



Começo homenageando Jobim, no título. Não o ginandromorfo tupiniquim PT/PSDB - necessariamente não nessa ordem -, mas o músico, agora também nome de aeroporto. A propósito, penso que não teria gostado tanto da homenagem, a do aeroporto.  ai o 'Samba do Avião' que não me deixa mentir... Lá, para sempre, o pouso será no Galeão. Ademais, ginandromorfo ou não, o galináceo da granja do Dr Schaef foi mesmo é parar na panela e no bucho do dono (necessariamente nessa ordem). E ainda que perguntas rondassem sua cabeça diante da estranheza ao depená-lo, o Dr H. E. Schaef assou-o e fartou-se primeiro para só depois ceder o esqueleto para a anatomista amiga Madge Thurlow Macklin que veio a publicar suas análises na revista científica Journal of Experimental Zoology em 1923. 
Lógico, cartesiano, científico, até eu entendo. 
Já nosso Nelson teve sorte diferente, claro: logrou ser ministro fiel de dois governos antagônicos... pelo menos no picadeiro ou palco da nossa democracia patológica isso é normal.
O Brasil não é mesmo para amadores.

O mundo está mesmo de ponta-cabeça. E eu, amador e neófito nas sapiências das causas e da política que sou - e serei "forevis" -, cada vez entendo menos. 
Distanciei-me - como sonhara há anos - e embora veja o espetáculo agora de longe, ainda que comparando-o com minha realidade atual, "não consigo entender sua lógica". Desolador. Não entendo a luta contra o "fascismo" (aquele do zé. Alguém empreste ‘O que é Fascismo? E outros ensaios’ do Orwell a ele) encampada por atores engajados da Globo - pelas portas dos fundos, claro -, nem a sanha messiânica da turma da "Delfim Moreira 342" contra as ameaças à democracia, o recrudescimento da censura e cerceamento das liberdades (da Lei Rouanet, talvez). Num tempo em que o Marcelo dá muito mais que 2, Duvivier planta, colhe, aperta e acende na boa, vira colunista da Folha e até argumento de autoridade, a nudez das feministas do Leblon eleva o potencial de constrangimento e vergonha alheia de qualquer feminista raiz (dos anos 50, quando a coisa era feia), queermuseus, Wyllys, Rosários, Feghalis e tutti quanti são obrigados por lei, Petra e sua obra de ficção encomendada concorre a Oscar, eu me pergunto: de que diabos esse povo tá falando? Depois do Face, do Youtube, Instagram, Twitter??? Ali o cabra é livre, leve e solto pra falar a merda que quiser, angariar milhares de seguidores e ainda ficar rico. Sem filtro, talento, currículo, concurso, caráter, coerência, quase nada de pré-requisito. Ainda estamos em 68? 
Talvez Caetano e Chico sim, entendo. Quem viveu não esquece, sente falta da adrenalina, principalmente depois dos setenta. Mas e os outros, que nem nascidos? Esse miniver na mídia e na cultura (???), essa cena repetida da ceia dos porcos na última página da Revolução dos Bichos, esse altruísmo demagógico, falso e binário que agora deu até de buscar explicação científica para desumanizar os contrários, reduzi-los a 'não pessoas' e amortecer qualquer resquício de compaixão ou empatia, que porra é essa? Determinismo genético e QI por coloração ideológica? "Tá de brincadeira?"

É... Não tenho mesmo a menor chance, sou mesmo um amador. Esse país é só para profissionais. Melhor só rir do Cruzeiro na segundona esse ano, já que velho demais pra carnaval ou outro "ópio do povo". Pela Internet ou TV, claro, bem longe da Lavigne, Pedro Cardoso, Tais Araújo, Alvim... "valha-me Deus". Ano que vem vai que melhora?


Um comentário:

  1. É melhor ficar por aí de vez ... Porque a coisa aqui tá preta! Ops ... Não posso falar mais essa cor em tom negativo!

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