segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Is there anybody in there?

Eu gosto de tênis, como já mencionei algumas vezes (http://strategosaristides.blogspot.com/2011/03/turbilhao.html). E embora a “múmia” tenha dito uma vez que “tênis é esporte da burguesia p…” para um desconhecido Leandro numa comunidade pobre do Rio "do Cabral", nunca acreditei em duendes, boitatás ou mulas-sem-cabeça. Que dirá em moluscos salvadores da pátria. Portanto, segui meu caminho e acabei por influenciar meu filho, que hoje não só ama o esporte como também quer se tornar profissional.
Evidente que entre essa escolha ou ser um politico ou “intelequitual” progressista engajado, a primeira sempre suplantaria a segunda sem a menor cerimônia. Aliás, parafraseando o guru e fazendo silogismo com uma frase do Voltaire, teríamos:
Premissa maior: se você agir sempre com dignidade, pode não melhorar o mundo, mas uma coisa é certa, haverá na Terra um canalha a menos”.[1]
Premissa menor: “O melhor governo é aquele em que há o menor número de homens inúteis”.[2]
Conclusão: "vá jogar tênis meu filho!"

Bem, hoje o cara tem 12. O acompanho - como não poderia deixar de ser - desde os 5, quando aquilo era só uma atividade lúdica de um garoto com uma raquete de alumínio (sua primeira raquete). Ai o tempo passou, vieram raquetes melhores, Wilson (duas), Wilson K Factor, Head, e o cara cresceu. E apareceu!!!

Fui vê-lo jogar um torneio nesse ultimo fim de semana. Saiu na semi. Mas isso não importa. O importante foi poder antever o futuro, imaginar o que pode acontecer depois. Eu sei, todo pai é coruja, e eu não fugiria à regra. Inconscientemente. Conscientemente, faço uma análise tão isenta quanto possível, na minha situação. Vi o cara abrir a "caixa de ferramentas" e disparar cruzadas de esquerda, paralelas, cruzadas de direita, bate pronto, slices, smashes, que só não me fizeram explodir de alegria e urrar um “arrebenta!!!” em respeito ao ritual de educação e silêncio das plateias do tênis. Caso fosse um jogo de futebol, teria explodido e gritado.
O cara tem 12… e tá jogando é muito!!! Sua evolução é evidente, agora em espaços de tempo ainda mais curtos. De um jogo para outro, nota-se uma evolução clara. É sempre outro jogando, um cara melhor que o anterior. Mente e técnica agora começaram a andar juntas. Antes o espaço entre uma e outra fazia com que seu nervosismo e insegurança inibissem sua melhor performance. Agora, esse espaço está muito menor. Em breve, não haverá mais espaço. Mente e técnica no mesmo nível. E ai??? Ai que ele será um só, completo… Sim, sempre em evolução, o aprendizado é infinito. Já disseram que “o maior inimigo do bom é o ótimo”. Mas o que quero dizer com isso é que ontem notei o nascimento de alguém novo. Alguém novo surgirá a cada jogo, provavelmente.
Um campeão.

Claro, vocês não precisam acreditar num pai "babão". A perspectiva paterna é sempre exagerada, tudo bem. Mas anote ai, só por via das dúvidas. Um dia, ZECA é o nome que estará precedido em algumas notícias sobre campeonatos de tênis.
Mais brasileiro que isso, tem não. Portanto, duas mensagens ao senhor squid, o arauto da burrice como virtude cívica:
(1)    Boa sorte na luta contra essa doença infeliz que insiste em dizimar-nos, ainda. Falo isso sabendo muito bem da dor e do receio. É o que desejo, francamente.
(2)    On the other hand, vá pra PQP com sua miopia desportiva e ideológica, e deixe o tênis fora dela. Senão, sugiro à "ele" (on a timely manner) para mudar de nacionalidade e ser campeão pela Argentina...
Tenho certeza de que eles não reclamariam.
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[1] Millôr / J.F.K.
[2] Voltaire

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