sábado, 3 de abril de 2010

First shot


Aos 43 anos, depois de rezar um extenso rosário de fantasias juvenis que foram desde ser um cientista, um matemático, um rock star, um escritor ou até mesmo um ator de “película pornô”, me restrinjo ao trivial da subsistência (quanta originalidade). Não que isso seja de tudo frustrante, desde que possa sempre vasculhar ao meu redor e escanear minha família - antídoto para qualquer frustração - tudo bem. Por hora estou realizado, nonetheless (1).

Porém a ideia de escrever já me persegue há anos. Mais uma de minhas recorrentes fantasias juvenis? Sei não...
Dane-se! Mal não vai fazer.

(...) O trabalho no ano passado me possibilitou interação com muita coisa, muitos lugares e muita gente. Estive nos Estados Unidos umas 10 vezes e no Japão, uma. Bem, era de se esperar que conhecesse gente boa e babacas, isso é natural - “um montão de babacas nasce em todo lugar (2)”. Dentre as pérolas, deparei-me com um inglês-americano do Texas (Isso mesmo! Mas a explicação é longa e não cabe agora), econômico nas palavras, relacionamentos e convívio. Frio, pretty(3) "incomum" para um inglês.
No entanto, ao descobrir seu blog qual não foi minha surpresa: solitário, soturno pessoalmente, hilário, sarcástico e vibrante no computador. Sei lá se essa dupla personalidade é calculada pra manter-se em segurança dos envolvimentos/relacionamentos e da trabalheira e complicações que isso de vez em quando traz ou se é mesmo um tédio mortal da vida aqui fora. De qualquer forma, isso me despertou novamente a vontade de escrever de maneira sistemática, disciplinada, talvez num blog com posts que iriam desde falar do que não sei sobre política e economia até descer a pua no statu quo. Fato é que só o exercício traz a destreza e o domínio das palavras que gostaria de ter. Disciplina é chave pra quem não vem de fábrica com o dom ou a genialidade inata dos escritores, talvez seja crucial até mesmo para estes.
Decidi então arriscar-me a fazer esse tal de blog, sob pena de servir só pra mim mesmo, uma vez que dei pra reler tudo o que escrevi há tempos com certo prazer, como se minhas palavras, feito a cachaça envelhecida em tonéis, saltasse tempos depois das páginas enriquecidas e depuradas.
Como debut vai ai essa introdução, sem pé nem cabeça. O bom é que não tenho mesmo que seguir regra alguma, dar satisfação a ninguém. Leu? Azar é seu! Oh yeah...

Engraçado como essa Internet cristalizou um cem número de formas de socializar a fama. Qualquer um poder ser lido, visto, ouvido por qualquer um. Só essa possibilidade já te garante um certo sentimento de realização, como se suas besteiras pudessem mesmo ser lidas por multidões. No final é isso mesmo. A quem interessaria escrever algo que com certeza ninguém nunca veria? Vaidade é humana, e quem precisa de BBB (arrrrrrrghhhh) depois da Internet?

Bom... é isso (essa ai aprendi com ele, quesclamation mark/interrobang(4))

PS Ah, caso tenha gostado (ou não), não me escreva. I don´t really care, desde que você continue passando por ai de vez em quando nem que seja pra me xingar (solitário) com um monte de impropérios. C ya.


(1) ´Todavia´. Me soa espanhol coloquial qdo dito no final da frase (gosto da construção, me faz lembrar o Martin Löew).
(2) Guinga/Aldir Blanc na música ´Destino Bocaiúva´, CD ´Pra bom entendedor´ da Fátima Guedes.
(3) Vá procurar no dicionário rapaz. Mexa-se!
(4) It´s a nonstandard English-language punctuation mark intended to combine the functions of the question mark (also called the interrogative point) and the exclamation mark or exclamation point (known in printers' jargon as the bang). (Translate it by yourself dude, I´m not here to make your life easier).

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