sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Traído manso


O Brasil assiste anestesiado aos descalabros e desmandos de um partido político que se assentou no poder e privatizou o pais em benefício próprio.
Privatizaram também as causas. 
Uma causa só merece atenção ou é boa caso atenda aos interesses do monstro. Para tanto, vale a relatividade como lei, embora a essa altura os pedaços que sobraram do cérebro de Einstein nas duas jarras deixadas no consultório do Dr. Harvey em Kansas estejam provavelmente se contorcendo pela simples referência sórdida à sua mais famosa teoria.

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A supersimplicação pela redução das premissas a 2 ou 3 jargões já deu… 
E o que dizer das justificativas? Batom na cueca!!! E dá-lhe explicações de palanque, as mesmas de sempre. Imprensa golpista, a "zelite" branca de olhos azuis, e toda aquela cantilena viciada baseada no estratagema erístico do desvio da atenção... e na linguagem macunaímica e molústica do chefe, claro. O negócio é tirar do foco a notícia, já que não há como refutá-la.

O que me "estarrece" é esse artifício continuar eficaz até mesmo em quem (supostamente) deveria ser menos suscetível à manipulação e engenharia social. Mas depois do Face e da MAV, e principalmente depois do que li no capítulo 19 do livro Networks, Crowds, and Markets: Reasoning about a Highly Connected World, escrito por David Easley e Jon Kleinberg, Cambridge University Press, 2010 (também on-line, http://www.cs.cornell.edu/home/kleinber/networks-book/), nada mais deveria me surpreender. 

E é ainda mais incrível que todo o falatório, toda a teoria sem lastro dos intelequituais - baseada apenas em ranços ideológicos ou utopias - continue pavimentando o marketing, a imagem em detrimento da realidade insopitável nos achacando lá fora.
E no fim, esse caso clássico de estelionato eleitoral/intelectual que se furta até mesmo de arrancar um suspiro discreto de indignação dos traídos, acaba por deixar a mim (logo eu?) "estarrecido". Logo eu?, me pergunto. Logo eu que nunca acreditei em duendes, ou em gênios operários, menos ainda em corações valentes, essas mitificações a serviço de mentiras de palanque?, me debato. Logo eu que aprendi com o R10 que “quando tá valendo, tá valendo”?, me questiono. Logo eu que já li alguns excerpts da obra de Roger Scruton?, insisto. Logo eu?, encerro.

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Embora os fatos desmintam as propagandas, que desmentiram antes a realidade já tão combalida pelas justificativas absurdas que à socapa tornaram-se a pedra filosofal da manipulação, mentira e amortecimento das reações de náusea, "... o pulso ainda pulsa". Matrifusias da MAV.
Portanto, quase tudo hoje em dia é debitado na conta da reforma política… ou da Ley de Medios… ou na conta de qualquer outro item da agenda. Pegou uma pneumonia? É culpa do PiG. Cura : marco regulatório. Perdeu o ônibus? Reforma política neles. 
É a panaceia, o  ToE (ou TGU, Teoria da Grande Unificação, na Física. E olha o Einstein ai de novo...) do partido. Assim nem mesmo cifras bilionárias causam dor no polvo.

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E eu cá me pego imaginando como pensam agora os que optaram pelas mentiras dos palanques, já que tudo foi desmentido pelos atos. E metido à matemático e lógico que sou, sabendo ainda das duas possibilidades, inocência útil(no limite da demência ou burrice, é bem verdade) ou picaretagem conivente, acredito que os primeiros justificariam o estelionato através de rotinas defensivas, por vergonha e incapacidade de assumir o erro. Já os outros, como detêm a mesma verve e falta de valores de quem apoiam, tirariam de letra e comemorariam com scotch ou champagne.
Permanecer no engodo e na mitificação deve ser mister aos primeiros (que continuem de “corações valentes”, de “gênios operários” … todos fofinhos até o dia do apocalipse), enquanto aos outros nada mais que continuar a  "encher as burras".

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A nós, transeuntes incautos, resta só um aviso: muito cuidado com sofás voadores vindos das janelas alheias. Ainda que só de passagem, o castigo pode acertar exatamente quem tem nada a ver com a mulher do corno.


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