sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Pau é pau, pedra é pedra. Pelo menos lá na minha terra.

Normalmente me curvo à lógica, argumentação, provas.
Leio ambos os lados, embora estilisticamente pra mim só haja um: o bom. O ruim... é ruim demais para o meu gosto.
Como qualquer outro, já acreditei em quem não devia, supondo imparcialidade científica da fonte, endossada por cátedras. Até topei com alguns pela vida, e não eram assim, até onde me lembro. Pareciam mesmo fiéis ao método científico.
Porém, agora acompanho decepcionado o estratagema soft que alguns utilizam através do simulacro de imparcialidade travestida de erudição acadêmica, quando na verdade, são nada mais que peças e agentes de uma estratégia muito bem definida, formalizada por Gramsci e alguns outros. Dissimulam, emulam quem não são.
Em suma, são cientificamente falsos. Cabe como exemplo o que disse o Paulo Briguet num artigo: "A luta de classes, conceito tão científico quanto a existência do boitatá..."
Da Wikipédia: O método científico é um conjunto de regras básicas de como se deve proceder a fim de produzir conhecimento dito científico, quer seja este um novo conhecimento quer seja este fruto de uma integração, correção (evolução) ou expansão da área de abrangência de conhecimentos pré-existentes. Na maioria das disciplinas científicas consiste em juntar evidências empíricas verificáveis - baseadas na observação sistemática e controlada, geralmente resultantes de experiências ou pesquisa de campo - e analisá-las com o uso da lógica. Para muitos autores o método científico nada mais é do que a lógica aplicada à ciência.

Chamam de "moralismo udenista" hoje o que outrora estamparam como bandeira (leiam mais abaixo o pronunciamento do J. Vasconcelos no Senado em 05/09/2011). Isso por si só já desabonaria sua opinião, mas vai além, decreta o relativismo oportunista que pode, pela mais absoluta hegemonia, acabar virando lei.
Não sou sociólogo, quis foi ser matemático... e terminei analista de sistemas. Método científico pra mim é o esteio, o caminho da verdade. Qualquer outra coisa no mais das vezes termina em embuste.

Mas há uma turma ai enroscada em benesses, seja por meio de ONGs - cujo valor real dos projetos não "bate" com o valor monetário dos convênios -, seja por patrocínios de estatais ou perdão de dívidas milionárias no BNDES. São bons mesmo é em marketing e propaganda.
A caixa financia uns tantos, enquanto do outro lado (da caixa) desaparece quase 1 bilhão em misteriosa "falha" de sistema (e olha que disso entendo um pouquinho. Aqui ohhhh!!!).
Uns indicam os outros, são uma famiglia.
Parafraseando o PhA, seja lá o que disserem, duvide, grite seis, faça o contrário. Há menos chance assim de cair no engôdo. É só "boquete ideológico", como diria o Millôr.
Já eu, vou além (sou menos polido): 69 descarado mesmo, e nem sempre entre gêneros diferentes.

"E eu acreditei...", invocando o Alvarenga do Jô no Viva o Gordo de 87 (acho). "Eu me odeio"...

Vide abaixo um pronunciamento do Jarbas no site do Senado. É a cosa nostra ou não é?
Autor Jarbas Vasconcelos (PMDB - Partido do Movimento Democrático Brasileiro /PE)
Data 05/09/2011 Casa Senado Federal Tipo Discurso


O SR. JARBAS VASCONCELOS (Bloco/PMDB – PE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Obrigado, Presidente.
Srª Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, se existe um partido político no Brasil que teve seu crescimento fortemente ligado à liberdade de imprensa, esse foi o Partido dos Trabalhadores. O mesmo se aplica à trajetória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Então, Srª Presidente, qual a razão de ambos insistirem em criticar a imprensa, ameaçando com a imposição de regras que visam tão somente impedir que os jornalistas exerçam o seu papel democrático de fiscalizar, denunciar e defender os interesses da maioria da sociedade?
Não queremos uma imprensa governista. Já basta a cooptação que o Governo fez com os chamados “movimentos sociais”, que viraram meros apêndices do PT.
Toda vez que algum malfeito petista aparece nas páginas dos jornais e das revistas, a cúpula do PT se apressa em ressuscitar o chamado “marco regulatório da mídia”, nome pomposo para um verdadeiro tribunal inquisidor da comunicação que os petistas querem implantar no Brasil.
Pela lógica do Partido dos Trabalhadores, quem deixar de rezar pela cartilha vai ser jogado na fogueira do autoritarismo petista, disfarçado de progressista e democrático. “A imprensa é golpista”, dizem os petistas, mas golpista era o PT quando estava na oposição e ia às ruas pregar o “fora FHC”. Certo estava Leonel Brizola, de saudosa memória, quando dizia que o PT era a “UDN de macacão”.
Desta vez, a chantagem petista decorre da reportagem que a revista Veja publicou na semana passada, revelando que o ex-ministro José Dirceu montou um escritório informal em um hotel aqui de Brasília para receber ministros, deputados, senadores e dirigentes de estatais, como o presidente da Petrobras. Uma variedade impressionante de “audiências”, funcionando, na prática, como um anexo da Casa Civil da Presidência da República, Casa Civil, inclusive, de onde já tinha sido expulso anteriormente José Dirceu.
Trata-se, nunca é bom esquecer, Srª Presidente, do mesmo ex-ministro que o procurador-geral da República acusou de ser o “chefe de uma sofisticada organização criminosa” no processo do chamado “mensalão”.
O ex-ministro ficou indignado e acusou a revista de espionagem. O fato é que José Dirceu prefere agir – como sempre o fez – nas sombras, incógnito, disfarçado, quase um personagem de filmes de espionagem ou um gângster, agora exercendo o papel bem remunerado de “consultor-geral da República”. Felizmente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, esse tipo de comportamento não combina mais com o Brasil dos tempos atuais. Também não combina com o Brasil do presente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, qualquer tentativa de cercear a liberdade de imprensa. Existem instrumentos disponíveis para que eventuais excessos e equívocos sejam punidos devidamente.
É preferível uma imprensa cometendo excessos, e buscando reparar seus próprios erros, do que uma imprensa tutelada pelo poderoso de plantão.
Já baste o que denunciou recentemente a Associação Nacional dos Jornais (ANJ), que mostrou um aumento nos casos de assassinatos de jornalistas no Brasil.
De agosto de 2010 a agosto deste ano, foram registradas cinco mortes em que há indícios de ligação com a atividade profissional. No relatório anterior da entidade, que abrangeu um período de dois anos, foi registrado apenas um homicídio, e por motivos não relacionados ao exercício da profissão.
Outra questão bastante grave, para a qual chamo a atenção do Plenário, é a expansão das censuras impostas a veículos de comunicação. Nos últimos doze meses, foram 12 casos contra 19, nos dois anos anteriores. A maior parte das decisões de censura da imprensa partiu justamente do Poder Judiciário.
O caso mais exemplar é o do jornal O Estado de S. Paulo, que há 766 dias foi proibido, por um desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, de publicar qualquer informação sobre o envolvimento do empresário Fernando Sarney em acusações de tráfico de influência no âmbito do Governo Federal, caso investigado pela Polícia Federal na “Operação Faktor”.
Srªs e Srs. Senadores, se absurdos como esses acontecem agora, há de se imaginar os riscos que corremos, caso o tal “marco regulatório” do PT seja aprovado. Teremos um Brasil no qual os aliados do Governo serão tratados de forma diferenciada, pois não são “pessoas comuns”, para usar a expressão do próprio Lula em relação ao Senador José Sarney.
O Presidente Nacional do PT, Rui Falcão, disse ontem que vai fazer uma campanha para pressionar o Congresso Nacional a aprovar uma proposta de regulamentação da mídia.
Quero aqui afirmar que vão encontrar em mim um adversário ferrenho de qualquer proposta que pretenda limitar a liberdade de imprensa, um dos pilares da democracia. Se os petistas querem ver os jornalistas censurados, aconselho a visitar seus amigos ditadores da Venezuela, do Equador ou de Cuba.
Era o que tinha a dizer, Srª Presidente.

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