terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Mais um dia de fúria

Leu uma entrevista improvável e inócua do Mano Brown no UOL. Ligou a TV e zapeando foi morto um sem número de vezes por noticiários mediados como reality shows, escatológicos, dramalhões mexicanos em tempo real. Voltou ao PC e se inundou de pornografia. Culpou Freud e Nelson Rodrigues, não sem antes se masturbar freneticamente como que para afogar no gozo o raso de sua pátria. O prazer insano e solitário era lenitivo breve, porém. "Inês é morta". Queria ser Darcy Ribeiro, falar o Brasil quase sem pausa, sem ar. Não conseguia. Tinha nojo, da pátria, de si mesmo.
Pegou as chaves do carro e saiu, sem rumo. Rádio ligado e Edu canta Torquato. Pra dizer adeus.
Como Torquato, quis dizer "pra mim chega!!!", se matar. Não disse.
Continua solto por ai, como um zumbi de si mesmo.
Morto-vivo como um Caetano, só que com menos sono.
Queria dormir o dia inteiro. Não dormiu.
Skylab de suas próprias sandices, poemias. Talvez fruto da fúria de 27 anos num banco, do Brasil.
Como Medaglia também queria uma música impopular. Não teve.
Queria não ser famoso.

É tarde... não conseguirá.

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