segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A Matrix moderna

As pessoas estão se alienando mais, e isso é fato.
Noto isso todos os dias, em conversas descompromissadas, diárias, com pessoas de todas as idades.
Todos reféns da prolixidade/promiscuidade tecnológica, mundo globalizado e massificação cultural (será que Chomsky e Cooper tinham realmente razão?).

Vejo isso diariamente em casa e confesso, ainda não sei como remar contra. Eu também dragado pelo individualismo de minhas próprias fraquezas e tédio... Alienado.

Russell disse uma vez que mesmo que oferecéssemos toda sorte de favores a uma raça ainda intocada de selvagens, tais favores seriam recebidos com indiferença pela maioria deles. O presente que valorizariam, dentre todos, seria a bebida intoxicante, que lhes proporcionaria pela primeira vez em suas vidas, a ilusão, ainda que por breves instantes, de que é melhor estarem vivos do que mortos.

Não venero incondicionalmente o arquétipo do intelectual, principalmente se for intelequitual.
Todavia, o provincianismo cultural é como se limitar a uma tribo, aldeia, onde tudo (ou quase tudo) de que se precisa está ao alcance das mãos, não havendo nada além.
Teríamos, então, somente a perspectiva de nossa mente constrita, sendo nosso microuniverso tudo o que realmente existe.
Claro, não é o caso. Quarks, Mecânica Quântica, Big Bang, Teoria das Super Cordas, a Física e Cosmologia reduzindo as lacunas sobre a origem do universo, nossa origem... todos lá fora.
Ler é imperativo. Creio que o 'pensar' nasce primeiro desse ato individual e solitário.

(...)

The Truman Show talvez seja aqui, agora. Ou talvez a Matrix tenha nos fisgado.

Não sei qual das duas é verdadeira. Talvez ambas.
Por hora só tenho certeza de uma coisa: por vezes só a bebida intoxicante nos proporciona a ilusão, ainda que por breves instantes, de que é melhor estarmos vivos do que mortos.
Meu receio é de que caso continuemos nesse passo, em breve voltaremos a ser uma raça de selvagens. Talvez já sejamos... A única diferença é que a bebida agora é servida em ondas eletromagnéticas, reconvertidas em som e imagens pela TV.

Acho melhor parar de "beber"... televisão.
Também nem me espera "molhar o bico..."

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